Oeiras

Primeira capital do Piauí, Oeiras ostenta o título de Patrimônio Cultural Brasileiro e Capital da Fé. Não é à toa. Seus casarões presenciaram momentos importantes como a outorga da independência do Piauí e sua união ao Império do Brasil. A religiosidade católica está arraigada nas entranhas do município que encontra seu auge no período da Semana Santa, com eventos como a Procissão do Fogaréu, na Quinta-feira Santa. Culturalmente, é a terra do músico Possidônio Queiroz, do romancista O. G. Rego de Carvalho e também dos bandolins e dos congos, uma prova de sua herança luso-africana.

História

Berço da colonização portuguesa no Piauí, a cidade de Oeiras teve seu surgimento motivado pela criação bovina. Em meados do século XVII, a criação de gado é empurrada pela Coroa Portuguesa para o interior, com o intuito de deixar as terras próximas ao litoral livres para o plantio da cana-de-açúcar, atividade mais lucrativa do Brasil Colônia à época. Com isso, a Coroa portuguesa doa terras no interior do nordeste para a povoação e criação bovina, em regime de sesmarias.

Sendo assim, dezenas de desbravadores se adentraram pelas terras do interior nordestino ,em busca de terras apropriadas para criar gado. Um desses foi o português Domingos Afonso Mafrense e seu irmão Julião Serra, que são os responsáveis pela colonização das terras onde hoje se localiza o município de Oeiras e a fundação da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Vitória.

Domingos tornou-se proprietário de muitas fazendas de gado no sul do Piauí, dentre elas merece destaque a Fazenda Cabrobó, no vale do Riacho Mocha, possivelmente fundada na década de 1670, que deu origem ao núcleo populacional da Vila da Mocha (hoje Oeiras), primeira capital do Piauí.

Em 1697, dois padres jesuítas, sendo o principal deles Miguel Carvalho, construíram uma pequena capela de taipa e palha, no lugar onde se desenvolveria a Vila da Mocha[6].

Em 1711, Domingos morreu, sem deixar herdeiros, e destinou seus bens para a Companhia de Jesus (jesuítas), sendo que a Fazenda Cabrobó seria a mais importante dentre as fazendas administradas pelos jesuítas em terras legadas por Domingos[7].

Com o crescimento da população, há a necessidade da instalação de igrejas no território. Sendo assim, o bispo de Pernambuco autoriza a criação de uma freguesia com o nome de Nossa Senhora das Vitórias em uma região localizada entre o riacho Mocha e o rio Canindé.

A evolução do povoado é grande e, em 1712, a Mocha se torna vila, por ordem do rei D. João V. Em 1718, o Piauí é desmembrado da capitania do Maranhão e se torna independente. A ordem do rei é para que se instale a capital na Vila da Mocha.

Em 1749, jesuítas oriundos do Colégio do Maranhão fundaram o Seminário do Rio Parnaíba, consagrado à Santa Úrsula, que teve o padre Francisco Ribeiro, como o primeiro regente. Esse foi o primeiro estabelecimento de ensino secundário, com ensino de gramática e humanidades naquela região[7].

O decreto só vem a ser cumprido em 1759, quando chega o primeiro governador do estado, João Pereira Caldas. Mas só em 1761, dois anos após se tornar capital, é que a Vila da Mocha é elevada a categoria de cidade, com o nome de Oeiras, em homenagem ao ministro português Sebastião José de Carvalho e Melo, então Conde de Oeiras e futuro Marquês de Pombal.

Oeiras foi capital do Piauí por 92 anos. Nesse período, foi a mais importante cidade da capitania e depois da independência, da Província do Piauí. Foi ai que, em 24 de janeiro de 1823, sob a liderança do oeirense Manuel de Sousa Martins, o Barão da Parnaíba, foi proclamada a adesão do Piauí à Independência do Brasil.

Após deixar de ser capital em 1852 (a capital foi transferida para Teresina), Oeiras entrou em decadência. O século XX chegou com Oeiras num marasmo cultural que prejudicou o desenvolvimento da cidade.

A mudança só veio com a chegada da Era Vargas (1930-1945), quando Oeiras passou a se desenvolver. Grandes obras públicas dessa época permanecem intactas até os dias atuais, como o Cine Teatro, o Passeio Público Leônidas Melo, o Mercado Público, etc.

Oeiras chegou ao século XXI com um crescimento importante da iniciativa privada no setor de serviços, além de permanecer como polo primário de destaque regional.

Como Chegar ?

Carro: Saindo de Teresina, pela BR 316, em direção ao Sul do Estado, até o município de Alagoinha do Piauí. Em seguida, vire à direita a BR 343, até Regeneração. Então, vire à esquerda e siga pela PI 236 até o cruzamento com a BR 230, onde deve-se virar à direita e seguir até Oeiras.

Cultura

Em louvor aos santos Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, os descendentes de africanos em Oeiras mantêm a tradição de três séculos do Congo. As cantigas foram compostas pelos integrantes desde os tempos antigos, quando os homens usavam as roupas das Senhoras para dançar. No lado português, uma forte elemento da cultura oeirense são os bandolins, comandados pelas mulheres, que ainda guardam fortemente o acento lusitano. A cidade também realiza o Festival de Cultura e a Flor (Feira Literária de Oeiras) no mês de novembro.

Centro Histórico

Um conjunto de 235 imóveis que se estende por 14 quarteirões no centro de Oeiras foi tombado Iphan, em 2012 e apresenta elementos de várias correntes arquitetônicas (luso-brasileira, arquitetura do imigrante e eclética). Entre os mais importantes e significativos estão: a Casa do Cônego, construída na primeira metade do século XIX; o Cine Teatro Oeiras, prédio em Art Decó da década de 1940; a Casa do Visconde da Parnaíba, imóvel do final do século XVIII que foi sede do Governo entre 1823 e 1843; Solar das Doze Janelas, residência construída no século XIX, que hoje abriga a biblioteca pública de Oeiras; Ponte Grande do Mocha, construída sobre o Riacho da Mocha, em 1846, é a ponte mais antiga do Piauí; entre outros imóveis.

Pé de Deus/Pé do Cão

Conta-se que o próprio Jesus Cristo andou pelas terras de Oeiras e que a marca de seu pé ficou encravado num lajeiro no bairro do Rosário. O diabo também teria andado em local próximo e deixado sua marca. Onde o Nazareno passou são colocadas velas e onde o demônio passou, são atiradas pedras

Casa da Pólvora

A Casa da Pólvora é uma construção de pedra de grande valor histórico para o estado, pois foi é considerada a única edificação militar do período colonial do Piauí que ainda existe. Foi personagem importante na emancipação do Piauí, durante as lutas pela independência.

Cultura

A igreja matriz de Nossa Senhora das Vitórias, construída em 1733, é a mais antiga igreja do Piauí. Está localizada na Praça das Vitórias, no centro da cidade, sendo um dos seus cartões postais mais conhecidos. A igreja do Rosário, que fica no bairro de mesmo nome, é o templo católico que, inicialmente, no século XVIII, era frequentado apenas pelos negros. Já a Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Homens Pardos, data do século XIX.

Religiosidade

As manifestações de fé em Oeiras têm tamanho superlativo, sendo todo o ritual que envolve a Semana Santa, o mais marcante. A procissão de Bom Jesus dos Passos é realizada uma semana antes da Procissão do Senhor Morto, que acontece na Sexta-Feira da Paixão. Entretanto, a manifestação mais emblemática é a Procissão do Fogaréu, que ocorre na Quinta-Feira do Fogaréu, quando milhares de homens com lamparinas simbolizando a busca pela prisão de Cristo. O Espírito Santo também está bastante presente no cristianismo oeirense e as festividades para ele começam no domingo da Ascensão de Jesus, com a Coroação do Divino, com cortejo, missa e escolha da família que receberá o símbolo – uma pomba de madeira do século XIX – em sua residência. No centro do município há um museu dedicado ao Divino.

Fonte:

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